Trajetórias e escolarização de graduandos do curso de pedagogia para educadores do campo

O trabalho analisa as trajetórias de vida e de escolarização dos graduandos do curso de Pedagogia para Educadores do Campo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

O trabalho “‘E a vida da gente é uma história’: trajetórias de vida e de escolarização de graduandos do curso de pedagogia para educadores do campo da Unioeste (Paraná – 2004-2008)” escrito por Fernando Henrique Tisque dos Santos, analisa as trajetórias de vida e de escolarização dos graduandos do curso de Pedagogia para Educadores do Campo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), que ocorreu entre 2004 e 2008 nos meses de janeiro, fevereiro e julho no contexto de uma greve dos professores das universidades do estado do Paraná, em que houve a preocupação de uma aproximação entre a academia e a sociedade através deste curso oferecido para integrantes de movimentos sociais do campo.

O projeto pedagógico do curso prescreveu que o ensino de história se colocaria como lugar privilegiado para a produção de histórias de vida que contribuíssem para a construção da memória coletiva e a identidade do sem terra, e nessa direção, sob a perspectiva dos estudos autobiográficos, o artigo se pergunta sobre os sentidos atribuídos pelos graduandos às suas experiências escolares, com atenção especial à questões de territorialidade, e suas concepções sobre a prática docente nesse momento inicial da carreira. Para fins de pesquisa, o trabalho analisa a produção própria do MST sobre educação, o projeto pedagógico, aplica um questionários sociocultural, produz um diário de campo para descrever a estrutura e o funcionamento do curso e entrevista dez dos alunos.

Constata-se com as narrativas das entrevistas que as experiências escolares anteriores possuem um peso significativo na aprendizagem dos alunos para a docência, por definirem o tipo de professor que gostariam de ser, construindo um conjunto de representações das práticas pelas quais atribuem significados às suas experiências e ao ensino de história, até estratégias de enfrentamento. As representações dos professores em formação ilustram a necessidade de que o ensino privilegie a relação entre os saberes construídos nas trajetórias de vida e o saber institucionalizado, de forma a possibilitar práticas que valorizem a cultura do homem do campo.

Acesso:

Fernando Henrique_E a vida da gente é uma história (2013)

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