O problema do submarino

A atividade não se resume apenas a construir o submarino, mas também a pensar sobre a diferença de densidade entre o ar e água.

Segundo Piaget e Inhelder, ao classificar objetos em flutuantes e não flutuantes, as crianças não buscam, num primeiro momento, explicação única e não contraditória para essa seleção. A tendência subsequente é caracterizada por seu esforço em afastar a contradição de que alguns objetos grandes podem flutuar e alguns objetos pequenos podem afundar, enquanto, em sua concepção, objetos leves flutuam e objetos pesados afundam. Somente quando a noção de conservação do volume estiver bem constituída para a criança ela poderá explicar de maneira não contraditória suas classificações. Em nossa atividade, tendo em vista a complexidade das relações envolvidas no conceito de flutuação, uma das variáveis relevantes – o volume – é controlada de antemão: o volume do submarino utilizado na experiência é fixo. Com isso, criamos uma situação em que é possível para as crianças dar uma explicação causal para o fenômeno. É interessante observar que a atividade do submari­no é bastante encontrada nos livros de Ciências para o ensino fundamental. Entretanto, em geral, a ativi­dade que o professor sugere aos alunos restringe-se à sua construção. No nosso caso, o submarino é apenas um instrumento através do qual o aluno investiga o fenômeno físico da flutuação.