Ponderações acerca da vida-legado de Dalcídio Jurandir

O texto analisa a vida e o legado do escritor nortista Dalcídio Jurandir, debatendo a partir da modalidade analítica que vê a literatura como espelho da sociedade e partindo do pressuposto que o escritor buscou traçar um mosaico de si.

O artigo “‘Vida que parece tão coisa nenhuma e é, no entanto, tão de todo mundo’: Ponderações acerca da vida-legado de Dalcídio Jurandir”, escrito por Fernando Jorge dos Santos Farias, procura fazer uma discussão de alguns elementos em torno da vida e do legado do escritor nortista Dalcídio Jurandir (1909-1979), destacado pela crítica literária como um dos mais importantes romancistas oriundo da Amazônia.

Partindo de sua produção literária, que possui uma essência acentuadamente político-social em que as vozes silenciadas pela “alta literatura” ganham relevância, o texto compreende que Dalcídio Jurandir buscou traçar um mosaico de si, do ser amazônida e dos seres humanos subjugados em seus direitos, e seu esforço de análise se orienta por um debate que enfatiza as influências do meio que coadunam na vida e obra do escritor. Metodologicamente, o trabalho traz a proposta sociológico-literária que pensa a produção literária como espelho da sociedade, de acordo com a esquematização de Cândido, uma das referências do artigo, e que possibilita inferências a partir do autor, da obra e do seu público.

Assim, objetiva-se reconhecer e trazer os elementos vivenciais e seu contexto e a forma como eles aparecem em sua produção, e pensar quais desses elementos podem ser interpretados como demarcação de si, da resistência, conscientização e do empoderamento do povo, mais especificamente o povo do norte brasileiro – processos que podem levar o sujeito a transcender a literatura e impulsionar a transformação, na medida em que ele se apropria criticamente de sua posição no mundo.

Acesso:

Fernando Farias – Vida que parece tão coisa nenhuma -pdf